Autora: Karla Mello
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), antes da pandemia, o Brasil já era o país mais ansioso do mundo e, também, apresentava a maior incidência de depressão da América Latina, impactando cerca de 12 milhões de pessoas.
Durante a pandemia, a situação se agravou: estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UEFJ) revelou um aumento de 90% nos casos de depressão. Já o número de pessoas com crises de ansiedade e sintomas de estresse agudo praticamente dobrou entre março e abril de 2020.
Outra expressão que ganhou popularidade foi o definhamento (“languishing”, no termo original, em inglês), criada pelo psicólogo inglês Adam Grant. Os sintomas mais comuns são: estagnação, falta de propósito e de motivação, dificuldade de concentração e queda de rendimento no trabalho. Além do “languishing”, casos relacionados à síndrome de burnout também apresentaram um aumento expressivo, que é a síndrome, relacionada diretamente à relação da pessoa com o trabalho.
Desde a década de 70, diversas instituições acadêmicas, entre as quais, pela qualidade dos seus estudos, se destacam a Harvard Medical School e Universidade do Utah, têm realizado diversas investigações sobre as consequências e o impacto da prática regular de yoga na redução dos sintomas relacionados à Ansiedade e ao Estresse. Os objetivos destas investigações foram perceber de que modo estas práticas podem ser usadas como coadjuvantes dos tratamentos classicamente usados. Diversas investigações têm concluído que a prática regular de yoga e continuada ao longo do tempo, tem a capacidade para modular a resposta fisiológica ao stress e à ansiedade, visto promover a melhoria da frequência cardíaca, a redução da pressão arterial e o aumento da capacidade respiratória.
Outras evidências apontam no sentido da prática do Yoga melhorar de forma significativa a capacidade de concentração e de manutenção da mente no momento presente reduzindo, assim, os níveis de stress e ansiedade relacionados com a preocupação excessiva da mente em acontecimentos futuros e imprevisíveis, ou relacionados a acontecimentos do passado.
De modo geral, as pessoas que iniciam a jornada do yoga têm algo em comum. Todas, de alguma maneira, querem melhorar a qualidade de suas vidas. Pode ser que seja um desejo em relação ao condicionamento físico, ao estado psicoemocional ou a busca de ferramentas para mergulhar em si mesmo.
Yoga é tudo isso. E é fundamentalmente uma preciosa ferramenta de autoconhecimento, um caminho de aproximação, reconhecimento, conexão, aceitação e experimentação do nosso propósito de vida.