Por onde começar a ler sobre yoga?

Por onde começar a ler sobre yoga?

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Por Alessandra Sofia Aguilar

O primeiro livro que li sobre yoga, apesar de ser uma pérola, me assustou.

“A ciência do Yoga” por Taimni, é uma tradução comentada dos Yoga Sutras de Patanjali. Eu olhava para ele e sabia que seria uma importante leitura, mas não estava pronta. Se aprofundar no yoga é como quando a gente vai entrar na água. É melhor antes de mergulhar de uma vez, molhar a nuca, depois o pé e assim por diante….

Ele me esperou por muitos anos, até que decidi enfrentá-lo através de um grupo de estudos que criamos entre amigos. Sozinho continuou desafiador, então, incluímos outros olhares. E foi quando me apaixonei pela tradução de Glória Arieira: “o Yoga que conduz à plenitude”. Com certeza meu livro favorito!

Mas, se eu puder dar uma dica a quem está começando, eu indicaria o livro “A Árvore do Yoga” do Prof. B.K.S.Iyengar.

O professor tem a habilidade de exemplificar o yoga de maneira suave ao olhar ocidental. Aqui compartilho um trecho onde ele relaciona o yoga a uma árvore:

“Ao cultivar uma planta, primeiro se cava a terra, removem-se as pedras e ervas daninhas e revolve-se o solo. Depois coloca-se a semente no solo, cercando-a de terra fofa, tão cuidadosamente que, quando a semente se abrir, não será danificada pelo peso da terra. Por fim, rega-se com delicadeza a terra e espera-se que a semente germine e cresça. Depois de um ou dois dias, a semente se abre em uma muda a partir da qual cresce um caule. O caule então se divide em dois galhos e produz folhas. A planta cresce constantemente até tornar-se um tronco e produzir galhos que se estendem em várias direções, carregados de muitas folhas.

De maneira similar, a árvore do si-mesmo precisa ser cultivada. Os antigos sábios, que vivenciaram a visão da alma, descobriram sua semente no yoga. Essa semente contém oito segmentos que, à medida que a árvore cresce, originam os oito membros do yoga.

A raiz da árvore é yama, que compreende cinco princípios: ahiṁsā (não-violência), satya (veracidade), asteya (libertação da avareza), brahmacharya (controle do prazer sensual) e aparigraha (libertação da cobiça e do desejo de possuir mais do que o necessário). A observância de yama disciplina os cinco órgãos de ação: braços, pernas, boca, aparelhos reprodutor e excretor. Naturalmente, os órgãos de ação controlam os órgãos de percepção e a mente — se alguém tem a intenção de causar dano, mas os órgãos de ação se recusam a fazê-lo, o malefício não ocorre.

Os yogīs, portanto, começam com o controle dos órgãos de ação; yama é, portanto, a raiz da árvore do yoga. Então vem o tronco, que se compara aos princípios de niyama: śaucha (pureza), santoṣa (contentamento), tapas (ardor), svādhyāya (autoestudo) e Īśvara-praṇidhana (entrega de si próprio). Esses cinco princípios de niyama controlam os órgãos da percepção: olhos, ouvidos, nariz, língua e pele.”

Hari Om
@alesofiaguilar